O caso Maceió/Braskem e os efeitos da pandemia de Covid-19 nas metrópoles brasileiras são os temas do Boletim do Observatório das Metrópoles desta semana
O Boletim do Observatório das Metrópoles número 813 já está disponível aqui.
Um dos assuntos abordados é o caso de Maceió e os impactos da ação da Braskem. O acontecimento revela a face antissocial da lógica rentista-neoextrativista do capitalismo brasileiro, agravada na atual fase de dependência do país. A Braskem, multinacional que explora extensivamente o subsolo da cidade por mais de 40 anos em busca de recursos minerais, negligenciou precauções ambientais e de segurança, destruindo o frágil equilíbrio do subsolo arenoso. Desde 2018 a cidade tem experimentado experimentou tremores, enquanto estudos alertavam há uma década sobre os riscos associados à exploração do sal gema pela Braskem. O desastre em Maceió, semelhante aos casos de Mariana e Brumadinho, destaca as trágicas consequências urbanas, ambientais e paisagísticas da lógica capitalista voltada para a produção de commodities. Isso resulta na radicalização das contradições entre as demandas da população e a busca incessante por acumulação de capital.
Também nesta edição do Boletim, é apresentado um artigo explorando os efeitos da Pandemia do Covid-19 em diversas metrópoles brasileiras. O artigo concentra-se na análise de suas repercussões na desigualdade de renda e na pobreza nas regiões metropolitanas do Brasil. Utilizando dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNADc – IBGE) entre 2019 e 2021, o estudo se concentra nas políticas federais de transferência de renda, especialmente o Auxílio Emergencial, para compreender as variações nesses indicadores.